Nas falésias do Algarve respiramos — fundo
a violência do vento são asas
e os sonhos já não são mais uma onda
deixo-me levar pelo oceano e por ti
sem mapa sem bússola nem consenso nem boia
já não contamos as lanternas no céu —
mesmo para as gaivotas perdidas a noite não é estranha
navegamos com o triunfo de uma vela cheia
empurrados para dentro da neblina da manhã
por trás das rochas do pensamento há remoinhos
dióxido de carbono em demasia —
os ambientalistas vão capturar-nos (sem piedade)
por causa deste fogo que arde como incêndio
imoderado nos nossos corações
Traduzido por Gabriel Borowski
Anturaż , FONT 2019
Um bonito poema.
António MR Martins