Seguimos numa onda escura e fresca
mas estamos ainda no porto
ninguém quer ser um peixe morto
lançado à areia pelo oceano
os olhos como feridas abertas —
doem quando vemos demais
Deus deve atenuar o medo
que incomoda como um espinho
e a pequena marca na pele lateja como um óvulo —
nas farmácias não há remédio para a incerteza
o que quer que pensemos não chega
para podermos falar dos génios
debruçados sobre o frágil humano
a corrosão vem a todos
quando o solo ondeia e não dá suporte
e os pés ficam muito tempo na água
Traduzido por Gabriel Borowski
Gostei do que li e do modo como o organizei. Este poema é especialmente intenso. Obrigado.